14.6.06

.Islâmicos famosos e o café


As obras gregas e romanas passaram a ser traduzidas para o árabe. Córdoba no Ocidente tornou-se um centro proeminente do Islamismo, a medida que o califado de Bagdah perdia influência. A religião Islâmica reconhecia uma vida após a morte, logo a dissecção do corpo humano era proibida. Mas muitas especulações sobre a natureza dos órgãos internos foi efetuada por médicos como IBN NAFIS, que formulou a hipótese da circulação pulmonar. Como não era permitida a dissecção do corpo humano, os médicos árabes acreditavam nos conhecimentos anatômicos de GALENO. A existência de tabus entre os médicos impedia a manipulação dos genitais femininos por homens, de tal maneira que a obstetrícia e a ginecologia eram exercidas por mulheres. O mundo islamita desenvolveu escolas e livrarias como instituições separadas ou vinculadas a mesquitas e hospitais. Nestes centros de prática e ensino da medicina, grandes nomes se destacaram. O persa RHAZES ( 860-932) foi um grande médico e professor. Defendia e aconselhava seus alunos afirmando que: "...tudo que esta escrito nos livros é importante, mas de menor valor que a experiência de um médico sábio...". Escreveu mais de 200 livros sobre medicina e tornou-se muito popular, principalmente por atender os pobres gratuitamente, algo que era praticado apenas pelos cristãos.Mas o maior nome da medicina árabe foi AVICENNA, cujo nome completo era ABU-ALI AL HUSAYN IBN-SINA (980-1037). Seu prestígio para a medicina islâmica e mesmo cristã foi igual ao de GALENO ( 130-200 AD). AVICENNA desde a infância foi um prodígio. Aos 10 anos conhecia profundamente o Alcorão (Al-Quran) e com 21 escreveu uma enciclopédia científica onde incluía gramática, poesia, geometria, astronomia, anatomia, fisiologia, matéria medica e cirúrgica. Embora tenha praticado e clinicado no início de sua carreira, AVICENNA dedicou-se principalmente a compilar e escrever textos científicos. O CANON de Avicenna é uma obra constituída de 100 livros que incluía todo o conhecimento médico da época. Esta obra foi utilizada como fonte de ensino médico nas Universidades Cristãs, incluindo as ilhas Britânicas, até o Século XVII. Parece que o grande Avicenna era um grande admirador e consumidor de café.
Outros grandes nomes e contribuições também existiram, como ISSAC JUDAEUS, que defendia a terapêutica hipocrática não intervencionista; AL BUCASIS, o maior escritor sobre cirurgia do mundo islamita e AVENZOAR, que contestou muitos dos ensinamentos de ARISTÓTELES e GALENO, afirmando que o médico devia confiar apenas na sua própria experiência ao invés de doutrinas tradicionais. AVERROES (1126-1198), aluno de AVENZOAR, foi um filósofo que também estudou medicina e direito. Escreveu um compêndio médico baseado em ARISTÓTELES mas suas obras principais foram em teologia e direito. Como possuía idéias consideradas revolucionárias para a época, tanto na religião como na ciência, tanto o islamismo como cristianismo rejeitaram parcialmente as inovações de AVERROES, o que não aconteceu com os judeus, que ajudaram até a divulgar suas idéias pela Europa quando foram expulsos da Espanha. MAIMONIDES (1135-1204) , cujo nome completo era ABU IMRAN MUSA IBN MAYMUN IBN UBAYD ALLAH , foi o mais famoso médico judeu da medicina árabe, tornando-se médico do sultão Saladin, responsável pela reconquista de Jerusalém dos cristãos após a II Cruzada. MAIMONIDES foi autor de inúmeras obras onde abordava filosofia, religião e medicina. Sua principal característica foi tentar reconciliar o raciocínio científico com a fé religiosa. Uma de suas contribuições consideradas importantes na sua época foi a de que ninguém devia dormir durante o dia. E que toda pessoa nunca devia dormir em decúbito, quer dorsal ou ventral, mas sempre lateral, sendo do lado esquerdo no início da noite e do lado direito no final da noite. E que ninguém devia dormir depois de uma refeição, devendo esperar pelo menos três horas antes de dormir, senão poderia ter pesadelos. Na Idade Média, a saúde geral da população e as condições de higiene eram bastante semelhantes na Europa Latina e no mundo islâmico. Há inúmeros relatos de doenças oculares e cutâneas, o que sugere uma maior prevalência destes problemas, por contágio direto. Na Idade Média, ser cliente de grandes médicos era um privilégio apenas dos ricos e dos nobres. A exceção de RHAZES, poucos eram aqueles que davam atenção aos menos afortunados. O Islamismo foi superior ao Cristianismo em um aspecto importante - o sistema hospitalar. Comparados com a assistência médica em monastérios, onde a principal preocupação era o tratamento da alma, os hospitais islâmicos de Bagdah, Cairo e Damasco, possuíam uma organização evoluída e elegante, com quartos particulares, enfermarias e bibliotecas. Algumas pessoas sadias simulavam doenças apenas para serem hospitalizadas e usufruíssem a excelente e barata cozinha dos hospitais islâmicos. Parece que também serviam café a todos os enfermos que apreciavam muito a revigorante bebida. O hospital MANSUR no Cairo, no Século XIII, possuía enfermarias especializadas para febres, doenças oculares, diarréias, ferimentos e doenças de mulheres. Ao ter alta, o paciente recebia cinco peças de ouro para ajudar a manter sua saúde. Uma característica importante dentro do islamismo era a tolerância a toda crença religiosa e conhecimentos científicos. Isto permitiu um intercâmbio e preservação de clássicos da Antigüidade. O conhecimento atual da obra de GALENO foi transmitido em árabe, pois os originais em latim foram perdidos.

.Islâmicos famosos e o café

As obras gregas e romanas passaram a ser traduzidas para o árabe. Córdoba no Ocidente tornou-se um centro proeminente do Islamismo, a medida que o califado de Bagdah perdia influência. A religião Islâmica reconhecia uma vida após a morte, logo a dissecção do corpo humano era proibida. Mas muitas especulações sobre a natureza dos órgãos internos foi efetuada por médicos como IBN NAFIS, que formulou a hipótese da circulação pulmonar. Como não era permitida a dissecção do corpo humano, os médicos árabes acreditavam nos conhecimentos anatômicos de GALENO. A existência de tabus entre os médicos impedia a manipulação dos genitais femininos por homens, de tal maneira que a obstetrícia e a ginecologia eram exercidas por mulheres. O mundo islamita desenvolveu escolas e livrarias como instituições separadas ou vinculadas a mesquitas e hospitais. Nestes centros de prática e ensino da medicina, grandes nomes se destacaram. O persa RHAZES ( 860-932) foi um grande médico e professor. Defendia e aconselhava seus alunos afirmando que: "...tudo que esta escrito nos livros é importante, mas de menor valor que a experiência de um médico sábio...". Escreveu mais de 200 livros sobre medicina e tornou-se muito popular, principalmente por atender os pobres gratuitamente, algo que era praticado apenas pelos cristãos.Mas o maior nome da medicina árabe foi AVICENNA, cujo nome completo era ABU-ALI AL HUSAYN IBN-SINA (980-1037). Seu prestígio para a medicina islâmica e mesmo cristã foi igual ao de GALENO ( 130-200 AD). AVICENNA desde a infância foi um prodígio. Aos 10 anos conhecia profundamente o Alcorão (Al-Quran) e com 21 escreveu uma enciclopédia científica onde incluía gramática, poesia, geometria, astronomia, anatomia, fisiologia, matéria medica e cirúrgica. Embora tenha praticado e clinicado no início de sua carreira, AVICENNA dedicou-se principalmente a compilar e escrever textos científicos. O CANON de Avicenna é uma obra constituída de 100 livros que incluía todo o conhecimento médico da época. Esta obra foi utilizada como fonte de ensino médico nas Universidades Cristãs, incluindo as ilhas Britânicas, até o Século XVII. Parece que o grande Avicenna era um grande admirador e consumidor de café.
Outros grandes nomes e contribuições também existiram, como ISSAC JUDAEUS, que defendia a terapêutica hipocrática não intervencionista; AL BUCASIS, o maior escritor sobre cirurgia do mundo islamita e AVENZOAR, que contestou muitos dos ensinamentos de ARISTÓTELES e GALENO, afirmando que o médico devia confiar apenas na sua própria experiência ao invés de doutrinas tradicionais. AVERROES (1126-1198), aluno de AVENZOAR, foi um filósofo que também estudou medicina e direito. Escreveu um compêndio médico baseado em ARISTÓTELES mas suas obras principais foram em teologia e direito. Como possuía idéias consideradas revolucionárias para a época, tanto na religião como na ciência, tanto o islamismo como cristianismo rejeitaram parcialmente as inovações de AVERROES, o que não aconteceu com os judeus, que ajudaram até a divulgar suas idéias pela Europa quando foram expulsos da Espanha. MAIMONIDES (1135-1204) , cujo nome completo era ABU IMRAN MUSA IBN MAYMUN IBN UBAYD ALLAH , foi o mais famoso médico judeu da medicina árabe, tornando-se médico do sultão Saladin, responsável pela reconquista de Jerusalém dos cristãos após a II Cruzada. MAIMONIDES foi autor de inúmeras obras onde abordava filosofia, religião e medicina. Sua principal característica foi tentar reconciliar o raciocínio científico com a fé religiosa. Uma de suas contribuições consideradas importantes na sua época foi a de que ninguém devia dormir durante o dia. E que toda pessoa nunca devia dormir em decúbito, quer dorsal ou ventral, mas sempre lateral, sendo do lado esquerdo no início da noite e do lado direito no final da noite. E que ninguém devia dormir depois de uma refeição, devendo esperar pelo menos três horas antes de dormir, senão poderia ter pesadelos. Na Idade Média, a saúde geral da população e as condições de higiene eram bastante semelhantes na Europa Latina e no mundo islâmico. Há inúmeros relatos de doenças oculares e cutâneas, o que sugere uma maior prevalência destes problemas, por contágio direto. Na Idade Média, ser cliente de grandes médicos era um privilégio apenas dos ricos e dos nobres. A exceção de RHAZES, poucos eram aqueles que davam atenção aos menos afortunados. O Islamismo foi superior ao Cristianismo em um aspecto importante - o sistema hospitalar. Comparados com a assistência médica em monastérios, onde a principal preocupação era o tratamento da alma, os hospitais islâmicos de Bagdah, Cairo e Damasco, possuíam uma organização evoluída e elegante, com quartos particulares, enfermarias e bibliotecas. Algumas pessoas sadias simulavam doenças apenas para serem hospitalizadas e usufruíssem a excelente e barata cozinha dos hospitais islâmicos. Parece que também serviam café a todos os enfermos que apreciavam muito a revigorante bebida. O hospital MANSUR no Cairo, no Século XIII, possuía enfermarias especializadas para febres, doenças oculares, diarréias, ferimentos e doenças de mulheres. Ao ter alta, o paciente recebia cinco peças de ouro para ajudar a manter sua saúde. Uma característica importante dentro do islamismo era a tolerância a toda crença religiosa e conhecimentos científicos. Isto permitiu um intercâmbio e preservação de clássicos da Antigüidade. O conhecimento atual da obra de GALENO foi transmitido em árabe, pois os originais em latim foram perdidos.

11.6.06

.Quem continuou tudo , cristãos ou islâmicos?


Sem dúvida alguma quem iniciou e continuou o consumo regular de café foram os árabes, lentamente convertidos ao Islamismo e ao hábito saudável de tomar café. Este consumo se iniciou na Arábia a partir do ano 600 de nossa Era (Anno Domini, A.D.). Era comum o consumo de café nos atos religiosos e durante campanhas militares. Acredita-se que o Arcanjo Gabriel ofereceu café ao profeta Maomé (570 a 632), o qual estava muito doente e recobrou seu vigor após tomar a bebida, chamada quawa. Enquanto os Israelitas e Cristãos tomavam vinho em abundância, os Islâmicos bebiam café, pois bebidas alcoólicas eram proibidas (e o café ajudava-os a perder o desejo de consumir bebidas alcoólicas). MAOMÉ compreendeu o valor da nova descoberta e, após caracterizar a real ausência de efeito tóxicos do produto, ao invés de adotar medidas repressivas, aconselhou ao pastor e seus seguidores, a ferverem os grãos em água e preparar uma bebida quente com a substância. Aconselhou aos usuários, excitados e com insônia devido ao consumo de café, que dedicassem suas horas de vigília a preces e meditação, no que foi prontamente atendido.Em torno do ano 900 os livros médicos árabes recomendavam o uso do café para quase todos os problemas, desde apatia até doenças como rubéola. O combate ao consumo do café começou no mundo ocidental, por se tratava de uma bebida dos Sarracenos ou Pagãos, segundo os Cristãos. Os árabes, como os francos, os saxões e os normandos foram bárbaros que assimilaram os conhecimentos gregos juntamente com o desenvolvimento de sua nova religião. A capacidade de assimilação do povo árabe entretanto, era mais desenvolvida do que a dos demais povos e na virada do milênio quando o Cristianismo começou a estimular as Cruzadas contra os árabes, estes últimos representavam o povo mais civilizado do mundo medieval. O conhecimento da medicina grega foi transmitido para os árabes através dos cristãos sectários oriundos do Império Bizantino, os quais traduziam atores gregos para linguagens semíticas como o siríaco e o hebreu para o desenvolvimento de sua própria literatura médica clássica. Grandes escritores árabes surgiram como RHAZES, AVICENA e AVERROES. O conhecimento médico da época recebeu profunda influência da astrologia, o que determinou o surgimento de pseudociências como a alquimia. A alquimia procurava descobrir a relação do homem com o cosmos combinando ciência e astrologia de tal maneira que a astrologia analisava a relação do homem com os planetas e a alquimia, com a natureza terrestre. Acreditavam existir uma relação entre o microcosmo e o macrocosmo, de tal maneira que os sete planetas conhecidos (Sol, Lua, Marte, Mercúrio, Júpiter, Saturno e Vênus) correspondiam aos sete dias da semana e aos sete metais conhecidos na época (ouro, prata, ferro, chumbo, estanho, cobre e níquel). Os alquimistas ficavam até altas horas da noite tomando café e fazendo experiências pois acreditavam que todos os metais eram gerados nas entranhas da Terra, sob a influência apropriada dos planetas e que podiam transmutar-se. O objetivo era descobrir a pedra filosofal para ser possível transformar os demais metais em ouro. Extrapolando para o homem a idéia da transmutação, os alquimistas acreditavam ser possível tornar o homem imortal e eternamente jovem, através da descoberta do elixir da longa vida. Mas na procura do elixir da longa vida, sempre tomando muito café, os alquimistas fizeram inúmeras descobertas importantes em química, iniciando a moderna química farmacêutica. A pesquisa incessante neste campo e o contato amplo dos alquimistas árabes com diferentes povos e costumes, permitiram a descoberta e introdução de um fabuloso número de novos produtos e medicamentos para uso em medicina. O próprio elixir da vida, embora não tenha sido descoberto, passou a ser chamado Al Kohol (mais tarde latinizado para álcool) e os médicos e pacientes árabes tomavam imensas bebedeiras deste elixir, para usufruírem uma vida bem longa, algo que nunca deu certo. Na atualidade o consumo de álcool é uma das maiores pragas da humanidade e mata mais que qualquer outra doença. Mas mesmo não comprovando que o álcool era realmente o elixir da longa vida, pelos menos descobriram que a bebedeira poderia ser uma fórmula de imensa, temporária e enganosa de felicidade (e de uma grande ressaca no dia seguinte ). O movimento alquimista culminou na obra de PARACELSO (1493-1541), médico suíço que se esforçou em vincular a medicina a alquimia, levando ao surgimento de uma nova ciência: a química medica ou iatroquimica. Durante sua existência, a alquimia esteve ligada de um lado a química e de outro a religião mística. O primeiro centro dominante do islamismo foi BAGDAH, aonde dois grandes lideres reinavam: AL MANSUR (712-775) e HARUN AL RACHID (764-809), o califa das Noites da Arábia. Estes governantes encorajavam e apoiavam a cultura em geral, o que levou a preservação da Antigüidade clássica. A atividade intelectual era imensamente ajudada pelo consumo regular e moderado de café entre os Islâmicos.

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